DÓLAR ABRE A R$ 4.7591. O IGP-M de março e o CPI da Alemanha são os destaques de hoje com a possível desaceleração da inflação interna e expansão maior dos preços na maior economia da Europa em consequência da guerra na Ucrânia. O anúncio de um déficit primário do governo central brasileiro é esperado também, mas a mobilização dos servidores do Tesouro por reajuste salarial deve adiar a publicação do Boletim do Resultado do Tesouro Nacional e a planilha da série para quinta-feira. Nos Estados Unidos, ainda continua no radar o relatório ADP de empregos no setor privado em março, a terceira leitura do PIB do 4º trimestre de 2021 e discursos de dois dirigentes do Federal Reserve.

As bolsas internacionais ficam atentas diante da desconfiança com a Rússia e recuam nesta manhã, enquanto o petróleo volta a subir diante da desconfiança sobre Moscou e o dólar aumenta as perdas. Novas sanções a Moscou não estão descartadas e o sentimento econômico na zona do euro caiu em março em meio aos efeitos da guerra. Os retornos dos Treasuries seguem no foco também, com investidores e analistas atentos se as inversões recentes na curva entre alguns vencimentos vão ser recorrentes ou não nesta quarta-feira. O fenômeno pode indicar risco de recessão à frente nos Estados Unidos, mas especialistas observam que o movimento estaria refletindo riscos geopolíticos e as compras de bônus pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que devem começar a ser reduzidas daqui para a frente, após o início neste mês da alta de juros nos EUA.

Ambiente externo cauteloso deve influenciar os ajustes dos ativos locais, mas a recuperação do petróleo e o dólar mais fraco podem beneficiar o Ibovespa e o real, se persistirem no mesmo ritmo durante o pregão. Os agentes do mercado acompanharão o leilão de privatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), às 11 horas, na Bolsa, que promete ser o grande laboratório do governo federal para privatizar outros portos, especialmente Santos. O leilão será disputado por dois grupos, segundo Broadcast: os fundos Quadra Capital e Vinci Partners, que têm atuação em negócios de infraestrutura. No mercado de juros, o IGP-M de março fica no radar, mas a dinâmica dos negócios deve ser dada principalmente pelo desempenho das commodities, do câmbio e dos Treasuries, após seis sessões seguidas de quedas das taxas, apoiadas na perspectiva de fim do ciclo de aperto da Selic em maio, que vem sendo reforçada pelo Banco Central desde a reunião do Copom em 16 de março.